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A ERVA MATE, SEUS ENCANTOS E DESENCANTOS

  • Humberto Antunes de Oliveira
  • 6 de ago. de 2015
  • 26 min de leitura

A ERVA-MATE, SUA HISTÓRIA, SEUS ENCANTOS E DESENCANTOS

Humberto Antunes de Oliveira

RESUMO

Procuramos desenvolver uma pesquisa no sentido de expor de modo, ainda que superficial todo o período em que a extração da erva mate foi uma das maiores economias do país, passando pela criação da Companhia Mate Laranjeira, suas ações e reações, e a migração dos povos do sul, especialmente os gaúchos. Enfocamos ainda a produção ervateira dos pequenos produtores, sua união em Sindicato e depois em Cooperativas, a queda da importação do mate pela Argentina e quebra das cooperativas e de todo o sistema produtivo do mate no Mato Grosso. Abordamos ainda a construção da primeira indústria de mate solúvel do Brasil e sua contribuição para a economia da região sul do então Mato Grosso.

Palavras Chave: Cooperativas; Mate Laranjeira; Matex.

INTRODUÇÃO

A erva mate tem sido desde a muito, fonte de alegrias, progressos, tristezas, algumas vezes até desesperanças, mas sua história é rica e cheia de encantos.

A erva mate é conhecida a tempos imemoriais pelos indígenas que habitavam o Paraguai, o sul do Brasil e também a parte do extremo sul do Estado do Mato Grosso.

Azara, (1943) [3] cita que: “Los índios silvestres del Mondai y de Maracayu usaban tomar yerba, y de ellos lo apriendieron los españoles”

Esse costume foi sendo transmitido geração após geração, a principio mascadas, como a folha de coca andina e logo, através de infusão, se disseminou entre os espanhóis, como sendo um alimento que mitigasse a fome e afastasse o cansaço.

Do espanhol cimarrón, que significa chucro, bruto, bárbaro, esse vocábulo foi empregado em quase toda a América Latina, do México ao Prata, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens. "E assim, a palavra chimarrão, foi também empregada pelos colonizadores do Prata, para designar aquela rude e amarga bebida dos nativos, tomada sem nenhum outro ingrediente que lhe suavizasse o gosto.” (Elucidário Crioulo, de Antonio Carlos Machado em História da Erva-Mate, de Barbosa Lessa: 57). In: www.erva-mate.com

Não só os locais e os espanhóis se beneficiaram da erva mate, mas também os bandeirantes, quando invadiram as Missões do Guairá, em 1638 e a levaram para São Vicente. Tropeiros que vinham de Minas Gerais comprar mulas nos Campos Gerais voltavam com grandes carregamentos de erva mate.

Em alguns momentos condenada pela Igreja, em outros utilizada como fonte de renda, a erva mate tem assim a sua história, passando pela exploração dos grandes ervais, a produção de riquezas e por fim a quase falência de um ciclo produtivo que durou mais de um século.

A LENDA

Dentre as muitas lendas que cercam a erva-mate, podemos citar uma, que é especialmente bela:

Conta a lenda da Erva–Mate que um velho guerreiro guarani vivia triste em sua cabana, pois já não podia mais sair para as guerras, nem mesmo para caçar e pescar, vivendo só com sua linda filha Yari, que o tratava com muito carinho, conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai.

Um dia, Yari e seu pai receberam a visita de um viajante que pernoitou na cabana recebendo seus melhores tratos. A jovem cantou para que o visitante adormecesse e tivesse um sono tranqüilo, entoando um canto suave e triste.

Ao amanhecer, o viajante confessando ser enviado de Tupã, quis retribuir-lhes a hospitalidade dizendo que atenderia a qualquer desejo, mesmo o mais remoto. O velho guerreiro, sabendo que sua jovem filha não se casara para não abandoná-lo, pediu que lhe fosse devolvidas as forças, para que Yari se tornasse livre.

O mensageiro de Tupã entregou ao velho, um galho de árvore de Caá, ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor. Transformou ainda Yari, em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo chamada de Caá-Yari, a deusa da erva-mate. E assim, a erva foi usada por todos os guerreiros da tribo, tornando-os mais fortes e valentes.[4].

CLASSIFICAÇÃO DA ERVA MATE

Existem diversos tipos de erva mate. Elas fazem parte do gênero Ilex, do qual existem de 550 a 660 espécies, segundo informa o site www.erva-mate.com.

Existem plantas do gênero Ilex distribuídas pelo mundo todo, tendo como centro difusor a América do Sul. Cerca de 150 a 170 delas existem no Brasil, sendo 10 delas no Rio Grande do Sul. A espécie mais cultivada é a Ilex paraguariensis, de melhor sabor.

Essa classificação da erva mate foi elaborada em 1820 pelo botânico francês Saint-Hilaire, após observações efetuadas nas proximidades de Curitiba.

Durante a colonização a erva mate nativa, se estendia do Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina, Paraná e chegando até o sul do então Mato Grosso. Grandes florestas nativas dessa espécie existiam por todo esse território.

Os Jesuítas no século XVII conseguiram fazer germinar as sementes da planta, criando assim, grandes ervais perto das reduções jesuíticas. Essa mesma técnica seria usada muito depois para tornar a Argentina o maior produtor mundial de erva mate.

Para a erva mate chimarrão, assim como para o tereré, a Portaria 234 de 25 de março de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, define os seguintes padrões:

Padrão Nacional 1 (PN)— mínimo de 70% de folhas e máximo de 30% de outras partes do ramo;

PN2 — 60% e 40%, respectivamente;

PN3 —50 e 50% respectivamente.

In: http://www.erva-mate.com/

Com mais folhas, a erva-mate torna-se mais forte.

PREPARAÇÃO DA ERVA MATE

Destacam-se duas fases: A primeira no erval, a segunda nos engenhos. Nos ervais inicia-se com a colheita, feita com facão ou foice, transversalmente de baixo para cima. È necessário para uma qualidade melhor, que a erva não esteja molhada pelo sereno, devendo, portanto, a colheita ser realizada nas primeiras horas de sol. O sapeco sucede ao corte e pode ocorrer de forma mecânica ou manual.

Para que o mate não perca seu sabor, deve-se impedir a fermentação das folhas, por isso o sapeco manual é feito na área do erval e se dá no mesmo dia do corte. Essa técnica consiste na rápida passagem dos galhos da erva sobre as chamas de uma fogueira. Após esse tratamento, ocorre o quebramento, a separação dos ramos dos galhos grossos, que são empilhados em forma de feixe. Já o sapeco mecânico consiste de um grande cilindro (podendo ser de ferro ou arame), em posição inclinada, onde a erva depois de sofrer o processo de desgalhação, entra pela parte superior e com o movimento giratório sai sapecada na parte inferior, isto devido ao ar quente que circula em seu interior provocado pelas chamas acesas embaixo.

Após o sapeco, vem a secagem definitiva que pode ser no carijo ou barbaquá.

O carijo é uma instalação de madeira, coberta de tábuas ou telhas, abertas dos lados. Os feixes de erva sapecada são colocados sobre um jirau de varas e submetidos ao calor provocado por uma fogueira acessa em seu interior. No barbaquá a erva fica disposta num estrado de madeira sobre a boca de um túnel que conduz o calor produzido por uma fornalha situada na outra extremidade. [5]

O que diferencia um do outro é que no barbaquá a fogueira não fica acesa diretamente sobre os ramos, evitando o contato da fumaça com a erva e conseqüentemente alterando o seu sabor. Depois de seca a erva mate é triturada ou cancheada. Cancheada quando é resultante do processo manual e a trituração é feita com facões de pau, com 1,20 metros de comprimento, recebendo então o beneficiamento final nos pilões manuais. Depois desse processo é peneirada, constituindo a matéria prima dos engenhos de beneficiamento. “Já a erva sapecada nos engenhos recebe o beneficiamento final através do sistema de soque, movido a água ou a vapor”.[6]

O transporte hoje mecanizado era realizado pelo homem, do lugar da colheita até o engenho, através do raído, fardo que poderia pesar até 200 Kg.

O Padre Superior Ximenes,[7] mostra o sofrimento pelo qual passava o mineiro nos idos de 1702.

(...) Que um miserável índio caminhe mais de 600 léguas a pé por pântanos, selvas e rios, que não durma, nem coma para trabalhar em Caracaju. Que deixe sua mulher e filhos sem comida, sem roça e sem vestidos. Que morra como um bruto e sem sacramento, por causa do mesmo trabalho, pelo qual se dá em paga (se ainda se dá) 10 ou 12 varas do pano que durante o ano de trabalho gastam. E tudo isto para que a cidade de Assunção tenham um pouco de erva.

E até pouco tempo atrás o transporte era feito pelos mineiros, não com esse sofrimento relatado pelo Padre Ximenes, mas em condições igualmente difíceis.

A COMPANHIA MATTE LARANJEIRA

Em 1813, o ditador do Paraguai, Francisco Francia proíbe a exportação de erva mate e assim, torna-se o Brasil o único produtor e exportador de erva mate. Dessa forma, alguns comerciantes paraguaios e espanhóis vieram se instalar em terras paranaenses, montando engenhos para beneficiar o mate. Curitiba torna-se assim um centro de exportação, transformando a erva mate em uma das maiores riquezas nacionais.

O inicio da exploração dos ervais nativos se deu após a Guerra da Tríplice Aliança, contra o Paraguai. Com o inicio da demarcação dos limites entre Brasil e Paraguai, chefiada pelo Coronel Eneas Gustavo Galvão e apoiado por uma tropa de infantaria comandada pelo Major Antonio Maria Coelho e que tinham como um dos fornecedores de alimentos e gêneros para as tropas e a comissão, um gaucho chamado Tomas Laranjeira.[8]

Em 1882, Tomas Laranjeira conseguiu o monopólio de extração da erva mate através de uma concessão de dez anos em uma extensa região.[9]

Sozinho, porém não conseguiria tocar tamanho empreendimento. Necessitava dos trabalhadores paraguaios acostumados às penúrias da extração ervateira.

A exploração da área foi efetuada através da criação de uma empresa, a Companhia Matte Laranjeira, que atuou na região no período de 1890 a 1940, como arrendatário de terras devolutas que continham os ervais nativos.[10]

Para o governo, essa área era tida como um vazio demográfico, desconsiderando as populações indígenas.

Conforme Corrêa Filho,[11]

No inicio da década de 90, a exploração da erva mate tornara-se a mais lucrativa empresa do Estado. A primeira investida dos Murtinhos no negócio da erva mate foi em 1892, através de uma concessão para extrair erva nos terrenos devolutos ao sul do Rio Iguatemi, região praticamente inacessível naquela época. O arrendamento foi feito ao Banco Rio e Mato Grosso, presidido por Joaquim Murtinho. Logo após, constituiu-se a Companhia Mate Laranjeira e o Banco Rio e Mato Grosso, sendo que o banco ficou com a maioria das ações.

Através dessa associação com os Murtinhos, na qual Tomas Laranjeira ficou praticamente sem poder nenhum, a Companhia Matte Laranjeira explorou e manteve o controle quase total da atividade extrativista ervateira na região, até pelo menos a década de 40 do século passado.

Devido à associação da Companhia Mate Laranjeira com o Banco Rio Mato Grosso, as duas concessões foram fundidas e novas concessões foram obtidas, totalizando uma área de cerca de cinco milhões de hectares.[12]

Através da Resolução Legislativa nº 76, de 13 de julho de 1894, a Companhia detinha o monopólio de todos os ervais do estado, “compreendidos entre o Ivinhema, o Paraná, a lindeira paraguaia e o alto de Maracaju, dilatados por dois graus de latitude e dois de longitude, em área de 1.600 léguas quadradas, aproximadamente”.

A Companhia constituiu estratégias que objetivavam o domínio absoluto sobre os trabalhadores e moradores da região. Estabeleceu um “Estado dentro do Estado”, onde “tudo era da Matte”.[13]

O mesmo autor cita: [14]

Os ervais tornaram-se então no “mundo da Matte”, uma organização com estradas, portos, cidades e locais de trabalho pertencentes à empresa. (...) Entre os diversos estabelecimentos para a elaboração e acondicionamento da erva a Companhia possuía: o de S. Roque, onde funcionavam as oficinas de ferraria, carpintaria, marcenaria e uma serraria movida a vapor: as de Margarida e S. Thomaz, aquele a 22 léguas e este a 65 léguas distantes do porto Murtinho. (...) O Álbum Gráfico de Mato Grosso informava que a empresa possuía 500 carretas, 30 chatas, lanchas a vapor e 18 mil bois para carretas.

A companhia ganha o direito de exercer poder de policia e de conceder direitos de posse a terceiros que viessem se estabelecer no local. A Matte passa a exercer até o mesmo o direito de “violência legitima”, prerrogativa do Estado.

Com o monopólio da exploração da erva, a Matte tenta impedir a todo custo a entrada de “estranhos” em seus domínios, porém devido à vasta área abrangida, era praticamente impossível exercer esse controle. Muitos peões que não podiam mais trabalhar na Matte, por qualquer motivo, tornaram-se Changa-y, ou ladrões de erva.

Dessa forma foram constituídos os “comitiveiros”, que eram grupos armados que agiam contra os peões fujões. Geralmente ao encontrá-los, levavam uma surra de chibata.

Havia uma escala de ascendência entre os trabalhadores que dependia de sua inteligência, cumprimento de horários, desenvolvimento do serviço, valentia e poder de mando. Eles poderiam ser promovidos a Capatazes, ou encarregados dos peões.[15] Através dessa rígida disciplina quase não havia crimes, pois era proibido o porte de armas e o uso de bebidas alcoólicas.

O regime de trabalho era de semi-escravidão, com um código de postura rígido e um regulamento para ações policiais. A maioria dos trabalhadores eram índios. Havia todo tipo de estratégias para prejudicar o trabalhador, desde o roubo no peso do raído, até a venda de mercadorias em valores aviltados, para que sempre se ficasse devendo à Matte, impedindo a saída do trabalhador do seu emprego. Os maiores prejudicados eram os índios.

Serejo (1986) destaca que:

Existiam diferentes formas de pagamento para o trabalhador índio, sendo a mais comum apenas o fornecimento de produtos como pagamento, sendo poucos os casos em que o trabalhador obtinha saldo em dinheiro. Sendo muito raro que um peão tivesse haver na caderneta, sempre ficavam devendo para o patrão.

As mulheres eram um caso a parte, pois às vezes contribuíam para aumentar o endividamento do mineiro. Porém quando este desejava ir embora, podia “barganhar” sua mulher com outro mineiro, que assumia a divida e ficava com a mulher. Ficando então o mineiro devedor, livre da divida e da obrigação de trabalhar para a Matte.

A disciplina no trabalho dentro da Matte era rígida e os horários de trabalho eram elásticos, as folgas eram raras, só parando na semana santa e aos sábados depois do meio dia.

Arruda, 1997, p. 82, diz o seguinte, a respeito do assunto:

Na realidade, o tratamento da erva requeria um horário muito bem marcado, o rancho é que não tinha horário. A erva mate, dada a sua peculiaridade natural, exigia um horário de trabalho que atendesse ao mesmo tempo às “necessidades da ranchada” que eram as necessidades de produção, as exigências do capital e as particularidades da erva. O horário da erva e a necessidade de produção impunha-se ao trabalhador, por isso o “rancho não tem hora”, pois a “erva não tem hora”.

A empresa Matte Laranjeira, foi autorizada a exportar por Ipeun e Porto Murtinho, mais tarde a exportação passaria a ser feita por Guaíra, no Paraná. Essas cidades foram fundadas pela Matte, bem como outras do sul do então Mato Grosso, isto devido à necessidade de entrepostos comerciais para o recebimento de cargas de erva mate. Nesses locais e em toda a extensão dos ervais, predominava a língua guarani. Povoados que se formaram nessa época como Caarapó, Amambai, Iguatemi, e Ponta Porã, todas as cidades que tem em seu nome significações próprias da língua guarani.[16]

A empresa deveria pagar ao Estado a quantia de 800 réis por arroba de erva colhida e deveria produzir mais de 3750 toneladas anualmente.[17] Com esses direitos garantidos a Companhia tratou de produzir mais do que se obrigara. Dessa forma consolidava o seu poderio, não somente no sul do então Mato Grosso, mas também na política do estado e na política nacional, com a indicação de Joaquim Murtinho como Ministro da Fazenda.

No início do século passado a Matte, passa a ter a razão social de Laranjeira, Mendes & Cia, e sua sede é transferida para Buenos Aires.

Porém como o contrato de arrendamento vencia em 1916, a Matte envia à Assembléia Legislativa algumas petições, tais como: “a) prorrogação do monopólio por mais 14 anos, até 1930; b) permissão para organizar força policial que ela julgar conveniente para manutenção da ordem, (...) [18]

Estas duas proposições foram negadas, a primeira porque a Comissão que analisava o pedido considerou a taxa de arrendamento paga pela Matte, desvantajosa, e a segunda porque o Estado, não poderia permitir que uma força militar, mesmo custeada pela Companhia, fosse posta a serviço particular de uma empresa.

Já em 26 de junho de 1912, fez nova tentativa de prorrogar o arrendamento. Redigiu um “extenso memorial” [19], com as seguintes pretensões:

1º) a prorrogação do privilégio por 22 anos, a começar de 1º de janeiro de 1913;

2º) pagamento de quantias invariáveis “pelo presente arrendamento e pelos impostos de exportação da erva-mate e outros produtos vegetais, industriais, agrícolas, florestais e minerais.

Apesar de conluios e tramas, não conseguiu a aprovação e em 07 de Dezembro de 1912, a Matte formulou a sua desistência. Essa nova tentativa ficou conhecida como “A questão Matte”, devido à forte oposição por parte da população do então sul de Mato Grosso.

Em 1916, a Matte conseguiu renovar seu arrendamento, porém com área que não poderia exceder a 400 léguas, ou seja, 1.440.000 hectares. Porém a nova concessão tinha o prazo de dez anos e uma condição imposta por lei, a qual cita Corrêa Filho 1957, p. 67.

(...) A cada um dos ocupantes de terras de pastagens e de lavoura situadas dentro da área compreendida no contrato de arrendamento em vigor, será garantida, dentro do prazo de dois anos, a contar de 27 de julho de 1916, a preferência para aquisição de uma área nunca superior a dois lotes de três mil e seiscentos hectares cada um, ainda mesmo que dentro dessas terras existam pequenos ervais.

Esse dispositivo praticamente extinguiu o monopólio da Matte, abrindo à penetração de pequenos posseiros.

Como a companhia entendesse que não poderia manter o monopólio, resolveu comprar terras do Estado. Adquiriu uma área de 34.153 hectares, e estabeleceu sua sede em Campanário. Embora perdesse o monopólio, a Empresa superava o Estado como poder econômico.

Novamente em 1924 a Matte consegue, por apenas dez anos o arrendamento de uma área “(...) de até um milhão de hectares das terras ervateira de propriedade do Estado.” [20]. Em 1938, o Conselho de Segurança Nacional, determina o fim dos contratos.

Nesse mundo criado pela Matte, instalando-se os gaúchos, imigrantes em sua maioria fugitivos de perseguições políticas no Rio Grande do Sul. Estes migrantes vinham pelo Paraguai e se instalaram em Bela Vista e Ponta Porã, penetrando “pouco a pouco como onda invasora”.[21] Esse era um grupo que segundo Corrêa, 1982:[22]

(...) algo de especial que caracterizava os diversos grupos gaúchos que se deslocaram nesse sentido, possibilitando sua influência nas questões políticas do sul de Mato Grosso, principalmente por serem em sua maioria fugitivos do Rio Grande do Sul, vencidos e perseguidos em sua terra de origem, portanto, levando consigo uma experiência revolucionária e federativa.

Esse algo especial comentado por Correa, além do aspecto político, constava ainda o desejo de não sujeitar-se à Matte, mas sim serem produtores independentes.

A maior área de produção de erva mate estava concentrada em Ponta Porã e era lá onde se requeria a maior quantidade de terras.

A expedição de títulos para esses pequenos produtores, em principio foi pequena, conforme vemos no quadro abaixo:

Expedição de títulos provisórios – Município de Ponta Porã.

Ano

Títulos

Área (em hectares)

1919

19

65.300

1920

78

173.050

1921

27

64.900

1922

8

4.300

1924

129

200.962

1925

93

102.109

Fonte: Corrêa Filho, 1924:92, citado por Guillen, 1999, P. 07.[1].

[1] in: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/brasil/cpda/estudos/doze/guilen12.htm

Desses títulos provisórios, a área total, ao longo dos seis anos a que se refere o quadro acima, foi de 610.621 hectares, enquanto que a Matte, detinha 1.815.905 ha.[24]

“Dois terços de Ponta Porã estão arrendados à Empresa Matte Laranjeira, num total de mais de 700 léguas, sendo que, no terço restante essa Companhia é proprietária de 57 léguas, (...) (Ibid.)

Esses novos moradores, assim como Thomas Laranjeira, tomaram posse das terras, sem se importar com os antigos moradores, e alem de contratarem os índios para realizarem as derrubadas das matas, logo após a terra formada para o gado, obrigavam os mesmos a saírem das terras, quando não os transformavam em escravos cativos, ou empregados sem direito a salários, pois se utilizavam os mesmos sistemas da Matte. E assim os índios foram confinados em reservas, sem a preocupação de preservação de suas localidades sagradas.[25]

Dessa forma a extração deixa de ser centralizada para se dispersar pelos proprietários de pequenos ervais, que também se dedicam a outras atividades, como lavoura e criação de gado.

COOPERATIVAS DE PRODUTORES DE MATE.

Como houvesse necessidade de se organizar os ervateiros de alguma forma, várias sugestões foram apresentadas e em 24 de Novembro de 1938, na cidade de Ponta Porã, foi criado o Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã, reunidos na sede do Departamento Regional do Instituto Nacional do Mate, 19 produtores independentes assinaram a Ata da Sessão da Assembléia de Instalação do sindicato.

Como Presidente, foi empossado Orcirio Freire e como secretário Licio Borralho, como Tesoureiro Emilio Dias Brandão, no Conselho fiscal ficaram empossados os senhores João Astolfo do Amaral, Teodoro Jusgeluwiccz e Antero Pereira.[26] Em livro de registro dos sócios, na mesma data da instalação do Sindicato, consta a relação nominal dos 19 sócios iniciais.

No estatuto do Sindicato, consta a finalidade da criação do mesmo, como no artigo 2º, alínea a) defender os direitos e interesses profissionais dos seus associados e da classe, e na alínea b) colaborar com o Estado, no estudo e solução dos problemas que, diretamente ou indiretamente, se relacionarem com os interesses da profissão.

Cada sócio deveria pagar uma mensalidade de Rs. 10$000 (dez mil reis), bem como a jóia de Rs. 50$000 (cincoenta mil reis).[27]

Em carta do Sindicato, enviada por Orcirio Freire em 5 de maio de 1939, ao Diretor da Secretaria do Ministério do Trabalho, solicita as leis pertinentes à criação de uma Associação Profissional, tendo em vista ter recebido do Ministério a informação de que devido a recente Decreto-Lei,

(...) os produtores de erva deste Estado somente poderiam organisar-se em ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL, de vez que fora estabelecida a unidade sindical e já estava reconhecido o sindicato dos ervateiros do Paraná, como leader da indústria (...).[28]

Foi informado ao Sindicato, através do processo D.N.T. 10.537/39, à folha 06, que as leis pertinentes ainda não haviam sido publicadas. O Sindicato foi informado através do oficio nº 20 da Junta de Conciliação e Julgamento, em 05 de Janeiro de 1940.

Como não seria possível o registro do Sindicato junto ao Ministério do Trabalho, e uma associação seria ineficiente para demandar os propósitos dos ervateiros, resolveram constituir cooperativas de produtores em Ponta Porã, Amambaí, Dourados e Iguatemi.

A seguir, em torno de 1945, foi criada a Federação das Cooperativas de Produtores de Erva Mate Amambai, com sede em Ponta Porã. Dessa Federação faziam parte todas as cooperativas acima mencionadas.

A Cooperativa de Produtores de Mate Ponta Porã Ltda., em 1948, tinha 534 associados, e a produção de 197 deles, à qual tivemos acesso, chegava a 2.986.687 Kgs, enquanto que em 1968, a Federação tinha o total de 1.500 sócios cooperados nas quatro cooperativas de mate do estado.

Em relação à situação da venda da erva mate, se a federação deveria exportar, ou vender sua produção à terceiros, foi solicitada a opinião do I.N.M. e em carta datada de 16 de Outubro de 1945, Atamaril Saldanha, então chefe do Departamento Regional de Mato Grosso, do Instituto Nacional do Mate, afirma categoricamente, em resposta ao chefe da Delegacia Regional do Mate em Ponta Porã, Orcirio Freire, que:

As cooperativas devem exportar, (...), por intermédio de sua Federação, pois esta é sua verdadeira finalidade. Não se explica que os produtores, donos de seu mate tenham que entregá-los a intermediários para a venda de seu produto em portos de embarque nacionais (...) [29]

Como a crise continuasse e não havia apoio oficial para a Federação e suas cooperativas, foram feitos contatos com vários políticos para buscar apoio para a causa ervateira e em 12 de Maio de 1949, em relato ao Deputado Dolor de Andrade, não conseguimos apurar a procedência, mas provavelmente do Instituto Nacional do Mate, pois parte do Rio de Janeiro, expõe que o total de vendas de erva no Brasil é da ordem de:

Para o Exterior: 48.696.147 Kgs, para o mercado interno 15.882.323 Kgs, perfazendo um total de 64.578.370 Kgs, comercializados em 1948. Já em Mato Grosso, foram comercializados para o exterior 11.352.877 Kgs, e para o mercado interno 118.783 Kgs, perfazendo um total de 11.471.660 Kgs. [30]

Essa mesma carta informa ao deputado que o estoque de mate em Mato Grosso deve estar em cerca de dois milhões de quilos. [31]

Devido à crise que aumentava e a possibilidade de cortar totalmente a exportação para a Argentina, o Delegado da Regional do Instituto Nacional do Mate, em Ponta Porã, e Presidente da Federação das Cooperativas de Produtores de Erva Mate Amambai Ltda., Orcirio Freire, envia, em Janeiro de 1951, carta ao Presidente Getulio Vargas, onde expõe a situação critica das federações e cooperativas, devido ao controle quase que absoluto do mercado da erva mate pelos exportadores e industriais, detentores de grande poder econômico. “(...) na junta deliberativa predomina um grupo ou outro aos quais fica a sorte do produtor, sem defesa (...) na agonia da miséria em que vive.[32]

Na mesma carta, é exposto ao Presidente da República a exportação das grandes companhias e da Federação Amambai, conforme segue:

NOME

ANO

EXPORTAÇÃO

Mate Laranjeira

1950

3.748.878

Somate

1950

1.317.000

Federação Amambai

1950

683.000

Na mesma carta, o Presidente da Federação Amambai, expõem o seguinte a respeito da Companhia Matte, quanto às aquisições de erva.

(...) essa firma monopolizadora do comércio de mate, nesta região, não fornece sequer um recibo, nem mesmo nota de liquidação ao produtor vendedor, que não se conformando, é enxotado sem maior atenção do rol dos seus vendedores. E o pagamento é feito a 4, 6 ou 12 meses, sem prazo determinado. [33]

Para se tentar de alguma forma conseguir um preço mais justo pela erva mate produzida, pois os atravessadores agiam implacavelmente no sentido de diminuir os preços, A Federação solicita uma certidão e que tem por data de 21 de novembro de 1953, A Delegacia Regional de Ponta Porã, do Instituto Nacional do Mate, informa que: O preço pago ao produtor em 1948, era de Cr.$ 15,90, (quinze cruzeiros e noventa centavos), por dez quilos de mate. Já em 1949, o preço sobe para Cr.$ 16,40 (Dezesseis cruzeiros e quarenta centavos), por dez quilos de mate. Em 1950, o preço é mantidos nos mesmos patamares de 1949. Já em 1951, o preço sobe para Cr.$ 17,90 (Dezessete cruzeiros e noventa centavos), por dez quilos. Em 1952, passa a Cr.$ 18,00 e 1953, para a Cr.$ 23,40, por dez quilos de mate. Importante salientar que os preços acima se referem à região de Lagunita, no município de Ponta Porã, hoje Laguna Caarapã. [34]

O preço da erva variava conforme a região ervateira.

As dividas à essa altura, já se avolumavam e no desespero dos ervateiros se levantou as dividas da Federação e suas cooperadas, e que conforme fontes apuradas, onde temos uma lacuna de 13 anos sem maiores informações, em 1966, temos o informe de que a Cooperativa de Produtores de Mate Dourados Ltda., tinha uma divida com seus sócios no total de Cr$ 49.435.869, (Quarenta e nove milhões e quatrocentos e trinta e cinco mil e oitocentos e sessenta e nove cruzeiros), enquanto que a Cooperativa de Iguatemi detém um saldo credor de seus associados no valor de Cr$ 21.115.987, (Vinte e um Milhões e Cento e quinze mil e novecentos e oitenta e sete cruzeiros). Quanto à divida da Cooperativa dos Produtores de Mate União Ltda., de Amambaí, a divida com os produtores era de Cr$ 94.288.170, (Noventa e quatro milhões e duzentos e oitenta e oito mil e cento e setenta cruzeiros). Enquanto que a Cooperativa de Ponta Porã detinha uma divida de Cr$ 282.347.892 (Duzentos e oitenta e dois milhões e trezentos e quarenta e sete mil e oitocentos e noventa e dois cruzeiros).[35] Nesse momento, a crise nos ervais de Mato Grosso já está bem avançada. A Argentina que desde 1948 havia imposto restrições à importação do mate brasileiro, devido ao desenvolvimento de seus próprios ervais. E em relatório de Abril de 1966, a Federação Amambai, afirma que a dispensa dos empregados dos ervais pela proibição de importação por parte da Argentina, já começou e homens vagueiam sem rumo pelas estradas e vilas.[36]

A crise não era só da Federação, nem do estado de Mato Grosso, mas era nacional, envolvendo os outros estados produtores. Em carta datada de 16 de Fevereiro de 1967, o representante do Paraná na Junta Deliberativa do Instituto Nacional do Mate, Sr. Jocelyn Furtado Neves, ao Governador do Paraná, Sr. Paulo Cruz Pimentel, expõe a situação caótica e difícil dos ervateiros mato-grossenses:

(...) Isto, é claro, sem considerar o caso especial do Estado de Mato Grosso, cuja produção total de erva mate destinava-se ao mercado argentino e que no ano findo, de 1966, ficou inteiramente sem mercado para colocação da produção local, estimada em cerca de 7 a 8 mil toneladas. [37]

As discordâncias eram comuns, entre as Federações e cooperativas, conforme demonstra nota em uma carta da Federação de Cooperativas de Produtores de Mate Paraná Ltda., assinada pelo seu Presidente Francisco Quirino dos Santos, com data de 28 de Fevereiro de 1967 e endereçada ao Sr. Ivo Arzua Pereira, (Ministro de Estado da Agricultura (15/03/1967 a 30/10/1969):

A economia do mate se tornou uma economia fechada, de contenção da produção, de repartição de mercados restritos e inelásticos, em que a única coisa realmente visada é a acomodação de regiões, de classes, de subclasses, de grupos e até de indivíduos em que pululam as contradições e explodem os conflitos.[38]

Na mesma carta, o Presidente da Federação Paraná propõe que ao invés de se ter na Junta Deliberativa do Instituto Nacional do Mate, apenas um representante por região, se tenha três, com representatividade e conhecimento pleno dos problemas de suas regiões, pois “(...) Assim, muitas matérias são votadas sem um perfeito conhecimento de causa, por maioria ocasional e simples, sujeitas a alterações posteriores e constantes mudanças (...). [39]

Ainda em busca de apóio, em 22 de Janeiro de 1968, a Federação Amambaí, envia uma carta ao Governador do Mato Grosso, Pedro Pedrossian, onde discorre sobre a grave crise econômica e social, pela qual passa o setor ervateiro do estado:

A situação financeira e social em que se debatem os ervateiros está exigindo uma solução em curto prazo enquanto se busca aquela definitiva. A nossa divida para com o Banco do Brasil S/A. – que orça em aproximadamente NCr$ 650.000,00 – nos sufoca e nos desespera; os juros, alguns com outra denominação, alcançam mesmo 30% ao ano. Não mais podemos agüentar e não podemos trabalhar em outras atividades, já que esta dívida nos cerceia o crédito bancário. [40]

Solicita na mesma carta, o Presidente da Federação ao Governador Pedrossian, que o Estado adquira “um ou dois depósitos que temos para, com esse resultado financeiro, pagarmos as contas que devemos ao Banco do Brasil”.

Com o mesmo propósito, em carta datada de 26 de Janeiro de 1968, endereçada ao então Deputado Rachid Saldanha Derzi, solicita a interveniência do mesmo junto ao Governo do Estado para que faça a aquisição dos armazéns propostos em correspondência ao Governador, conforme citado acima.[41]

Como já não havia saída para a crise a Federação, após deliberação de suas cooperativas federadas e a 12 de Março de 1968, em carta endereçada ao Sr. Julio Oshiro, Gerente da Agência do Banco do Brasil em Ponta Porã, propõe que o banco aceite como pagamento das dividas os dois armazéns que a Federação dispunha junto à linha férrea em Ponta Porã.[42]

Em 30 de novembro de 1972, uma carta enviada ao diretor do D.A.C.(?), em Cuiabá, anuncia a fusão da Cooperativa de Produtores de Erva Mate de Ponta Porã Ltda., com a Cooperativa Mista Agropecuária de Ponta Porã Ltda. Era o fim da maior cooperativa de produtores de erva mate de Mato Grosso. Logo as outras três também encerram suas atividades e conseqüentemente a Federação.[43]

A MATEX.

A empresa MATEX, foi inaugurada em 16 de Setembro de 1962, com sede e fabrica na cidade de Ponta Porã, então Estado de Mato Grosso. A Indústria pertencia à Federação dos Produtores de Erva Mate Amambaí Ltda., cujo Presidente era o Sr. João Portela Freire.

O custo para construção da referida fábrica foi de NCr$ 87.057,00 (Oitenta e sete mil e cinqüenta e sete cruzeiros novos), em maquinários e NCr$ 25.877,00, (Vinte e cinco mil e oitocentos e setenta e sete cruzeiros novos), em construções.[44]

Havia por parte da Federação uma preocupação enorme quanto à divulgação do produto Matex e por isso em carta enviada ao Jornal do Brasil em 27 de Março de 1968, diz textualmente, o Presidente da Federação Amambai:

A fábrica de Matex é a única que existe no mundo e sua capacidade para produzir de 120/150 Kgs., por hora.

O Matex é um produto puro, de origem vegetal, sabor agradável e facilmente aceitável por pessoas de gosto mesmo exigente e sua utilização é bastante variável, quer frio, quer quente, e, conseqüentemente, a conquista dos mercados é relativa, desde que haja dinheiro para promoção, para lançamentos e para colocação do produto ao alcance do consumidor (...) [45]

Já em um relatório sobre a situação do mate, (sem conseguirmos identificar a quem foi feito), a Federação expõe o seguinte:

A Federação das Cooperativas de Produtores de Mate Amambai Ltda., construiu, com inauditos sacrifícios a única fábrica de mate solúvel (MATEX) existente no Brasil (...).

Não temos apoio e não temos condições financeiras para fazer qualquer propaganda do produto solúvel e comercializá-lo, no entanto, isto carrearia muitas vezes mais número de divisas que hoje podemos entregar ao Brasil.[46]

Como havia necessidade de contratar representantes nos grandes centros, em reunião do Conselho de Administração da Matex, em 25 de Setembro de 1967, ficou acertado que seria elaborado um contrato para venda do mate solúvel em todo o território nacional, com o Sr. Sauveur Adolphe Morama, francês, morador na cidade de Itu, estado de São Paulo. Até onde pudemos apurar esse contrato não apresentou retorno para a Matex. [47]

Havia uma boa capacidade produtiva e se as vendas deslanchassem essa capacidade poderia ser aumentada. Conforme Boletim de Produção Industrial da Matex, o custo de produção por quilo era de NCr$ 2.515 (Dois mil e quinhentos e quinze cruzeiros novos), a granel.[48].

Em 22 de abril de 1969, a Matex já estava hipotecada ao Banco do Brasil e logo paralisaria suas atividades.

CONCLUSÃO

Em todo esse período, que procuramos descrever a história da Erva Mate, seus encantos e desencantos, pudemos compreender melhor o mundo em que vivia o ervateiro. Não só o pobre mineiro, lá na ponta, que corta a arvore de mate e carrega em suas costas até 200 quilos em troca de alguns trocados e às vezes nem isso, mas tão somente roupas e ferramentas em muitos casos, mas também o dono dos ervais, suas alegrias, suas tristezas, suas esperanças e desesperanças. Dessa forma analisamos uma parte da história de nosso Estado que trouxe um riquíssimo acervo, por sinal não o suficientemente explorado, que ainda tem muito a contribuir para o conhecimento acadêmico.

BIBLIOGRAFIA

CORRÊA FILHO, Virgilio. Ervais do Brasil e Ervateiros. Rio de Janeiro. Serviço de Informação Agrícola, - Ministério da Agricultura – 1957.

ARRUDA, Gilmar, Frutos da Terra – Os trabalhadores da Matte Laranjeira. Londrina: Editora UEL- 1997

SEREJO, Hélio. Caraí in: Ciclo da erva-mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947. Campo Grande: 1986. (Coleção Histórica. Coletânea).

PARQUE HISTÓRICO DO MATE, disponível in: www.pr.gov.br/phmate/historico.html - acesso em 29.09.2007.

CHEMELO, E.; PANDOLFO F.; CAIO, M. – a Erva mate (Ilex Paraguayensis), Caxias do Sul: Núcleo de Apoio ao Ensino de Química- Universidade de Caxias do sul - Ucs - disponível in: www.usc.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_19.htm - acesso em 20.08.2007.

www.erva-mate.com. Origens – Acesso em 27.09.2007

GUILLEN, Isabel C. M. , A Luta pela terra nos sertões de Mato Grosso, disponível in: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/brasil/cpda/estudos/doze/guilen12.htm - acesso em 21.11.2007.

FONTES PRIMÁRIAS

(PERTENCENTES AO ARQUIVO PESSOAL DE HUMBERTO ANTUNES DE OLIVEIRA).

  • Ata da Assembléia de Instalação do Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã;

  • Boletim de Produção Industrial da Matex, sem data.

  • Carta da Federação das Cooperativas dos Produtores de Erva Mate Amambaí Ltda., destinada ao Deputado Dolor de Andrade, datada de 12 de maio de 1949;

  • Carta de Atamaril Saldanha datada de 16 de Outubro de 1945;

  • Carta da Federação Amambaí ao Presidente Getulio Vargas, datada de Janeiro de 1951;

  • Carta da Federação das Cooperativas dos Produtores de Erva Mate do Paraná, destinada ao Sr. Ivo Arzua Pereira, Ministro da Agricultura, datada de 28 de Fevereiro de 1967;

  • Carta de Jocelyn Furtado Neves, Representante do Paraná na Junta deliberativa do Instituto Nacional do Mate, datada de 16 de Fevereiro de 1967;

  • Carta da Federação das Cooperativas de Produtores Amambaí Ltda., endereçada ao Sr. Pedro Pedrossian, Governador do Estado de Mato Grosso, datada de 22 de Janeiro de 1968;

  • Carta pessoal de João Portela Freire, Presidente da Federação Amambai, endereça ao Deputado Rachid Saldanha Derzi, datada de 26 de Janeiro de 1968;

  • Carta da Federação ao Sr. Julio Oshiro, Gerente da Agência do Banco do Brasil em Ponta Porã, datada de 12 de Março de 1968;

  • Carta da Federação Amambai ao Diretor do D.A.C., datada de 30 de Novembro de 1972

  • Carta da Federação ao Jornal do Brasil, datada de 27 de Março de 1968;

  • Certidão do Instituto Nacional do Mate, Delegacia Regional de Ponta Porã, datado de 21 de Novembro de 1953;

  • Estatuto do Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã;

  • Instrumento de Contrato entre A Federação Amambaí e Sauveur Adolphe Morama, datado de 30 de Setembro de 1967;

  • Memorando interno da Fabrica Matex, datado de 25 de Abril de 1977;

  • Processo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nº 10.557/39;

  • Relação dos Saldos credores da Cooperativa dos Produtores de Mate Ponta Porã Ltda.;

  • Relação dos Saldos credores da Cooperativa dos Produtores de Mate Dourados Ltda.;

  • Relação dos saldos credores da Cooperativa de Produtores de Mate União Ltda., (Amambai);

  • Relação dos saldos credores da Cooperativa dos Produtores de Mate Iguatemi Ltda.;

  • Relação de Associados do Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã.

  • Relatório da Situação Atual do Mate, elaborado pela Federação das Cooperativas de Produtores de Mate “Amambai” Ltda.;

  • Relatório da Federação sobre a situação do Mate do Mato Grosso, datada de Abril de 1966.

[1] Artigo baseado em pesquisa ainda em desenvolvimento, de mesmo titulo e tema.

[2] Graduado em História e pesquisador em História Regional

[3] Apud Corrêa Filho (1957 p. 01)

[4] In: www.erva-mate.com

[5] http://www.pr.gov.br/phmate/historico.html

[6] In: http://www.pr.gov.br/phmate/historico.html

[7] Citado em Corrêa Filho (1957, p. 02)

[8] Loc. Cit. P. 49

[9] (Arruda 1997 p. 30-31)

[10] (Arruda 1997, p. 17).

[11] Citado em Arruda 1997 p. 33

[12] Op. cit, p. 34

[13] Id p. 33

[14] ibid p. 47

[15] Op. Cit, p. 97

[16] Serejo, 1986)

[17] Op.cit. p. 60

[18] Id. P. 62

[19] Id. P. 69

[20] Id p. 68

[21] Op. Cit. P. 48

[22] Apud Arruda 1997, p. 48

[23] in: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/brasil/cpda/estudos/doze/guilen12.htm

[24] Guillen, 1999, p. 08

[25] Serejo 1986

[26] Ata da Assembléia de Instalação do Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã

[27] Estatuto do Sindicato dos Ervateiros de Ponta Porã

[28] Processo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nº 10.557/39

[29] Carta da Federação das Cooperativas dos Produtores de Erva Mate Amambai Ltda., destinada ao Deputado

Dolor de Andrade, datada de 12 de Maio de 1949.

[30] Carta de Atamaril Saldanha, datada de 16 de Outubro de 1945.

[31] id

[32] Carta da Federação Amambaí ao Presidente Getúlio Vargas, datada de Janeiro de 1951.

[33] Id

[34] Certidão do Instituto Nacional do Mate, Delegacia Regional de Ponta Porã, datado de 21 de Novembro de

1953.

[35] Relação dos saldos credores das Cooperativas dos Produtores de Mate Ponta Porã; Dourados; União

(Amambaí) e Iguatemi.

[36] Relatório da situação atual do mate, elaborado pela Federação das Cooperativas de Produtores de Mate

Amambaí Ltda.

[37] Carta de Jocelyn Furtado Neves, Representante do Paraná, na Junta Deliberativa do Instituto Nacional do

Mate, datada de 16 de Fevereiro de 1967.

[38] Carta da Federação dos Produtores de Erva Mate do Paraná, destinado ao Sr. Ivo Arzua Pereira, Ministro

da Agricultura, datada de 28 de Fevereiro de 1967.

[39] Id

[40] Carta da Federação Amambaí, endereçada ao Sr. Pedro Pedrossian, Governador do Estado de Mato Grosso,

datada de 22 de Janeiro de 1968.

[41] Carta pessoal de João Portela Freire, Presidente da Federação Amambaí, endereçada ao Deputado Rachid

Saldanha Derzi, datada de 26 de Janeiro de 1968.

[42] Carta da Federação Amambai ao Sr. Julio Oshiro, Gerente da Agência do Banco do Brasil em Ponta Porã,

datada de 12 de Março de 1968.

[43] Carta da Federação Amambaí ao Diretor do D.A.C., datada de 30 de Novembro de 1972

[44] Memorando Interno da Fabrica Matex, datado de 25 de Abril de 1977

[45] Carta da Federação ao Jornal do Brasil, datada de 27 de Março de 1968

[46] Relatório da Federação sobre a situação do Mate no Mato Grosso, datada de Abril de 1966

[47] Instrumento de Contrato entre a Federação Amambai e Sauveur Adolphe Morama, datado de 30 de

Setembro de 1967

[48] Boletim de Produção Industrial da Matex, sem data.


 
 
 

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